Proposta Irrecusável

Titulo do capítulo: Capítulo 1- Se despedindo

Autor: Amanda Saquete

Aviso: este livro contém cenas de sexo explícito e palavras de baixo calão. 


CINCO ANOS ANTES...


SAMANTHA 


— Filha, prometa para mim que vai arrumar um bom rapaz, construir uma família e ter os seus filhos! — disse minha mãe preocupada e muito debilitada. 

— Mamãe, por favor não fale como se fosse me deixar! —  digo com lágrimas nos olhos. 

— Mas eu vou, filha...só me prometa para que eu morra em paz!

Não consigo conter as lágrimas quando vejo minha mãe sofrendo assim.  Ela tem câncer terminal e sei que está partindo, só não estou preparada para perde-la...nós só temos uma à outra. Meu pai nos deixou quando eu ainda era um bebê de colo. E minha mãe fez das tripas coração para me criar e dar a educação que tenho hoje. 

— Mas eu já tenho um namorado, mãe!

— Não filha, Romeu não é para você!

Minha mãe sempre me disse que Romeo não é um bom homem e que se eu me casar com ele, seria infeliz.

Ouvindo ela falar, as lágrimas caem por meu rosto.

— Não chore meu amor...estou em paz e conformada.

Ela continua...

— Quero que quando eu me for, você não fique triste,  siga com sua vida e seja feliz!

Pego sua mão e a beijo.

— Me prometa filha!  Ela insiste.

— Sim mamãe, eu prometo! — falo secando as lágrimas.

Chorando, deito-me em seu peito e  ela me abraça. Ouço seus batimentos bem fraquinhos, mesmo sabendo de seu estado, quero acreditar que acontecerá um milagre e ela ficará bem.

Não posso perder as esperanças, pois não vejo minha vida sem ela.

— Vem cá meu amor... —  ela diz afagando meus cabelos.

— Mamãe não me deixe, o que farei sem você?

—  Vai viver sua vida e ser feliz! Estarei sempre com você!

Nessa hora, o médico entra e pede para falar comigo....vamos até o corredor.

— Doutor, me de alguma esperança...

— Infelizmente não posso mentir para você Samantha...sua mãe está muito debilitada, a doença avançou rápido...as químios não respondem mais. diz o médico com olhar triste.

Não consigo segurar as lágrimas e desabo.

Meu Deus, como eu gostaria que tudo isso fosse um pesadelo e eu acordaria a qualquer momento...

— Preciso dizer para que fique preparada e se despeça de sua mãe...ela tem poucas horas, sinto muito!

— Obrigado por tudo que está fazendo por ela, doutor!

— Imagina!-disse ele.

O médico sai me deixando sozinha no corredor, me sento numa cadeira e choro...logo seco as lágrimas e volto para o lado de minha mãe.

Meu celular que está dentro da bolsa toca com uma ligação...saio do abraço de minha mãezinha e olhando para a tela do celular, vejo que é minha amiga Camila.

— Oi amiga... — digo com a voz embargada.

— Oi amiga, como está a dona Rose?...desculpe ligar só agora, mas é que as coisas estão uma loucura aqui na empresa.

Camila é minha melhor amiga e colega, ambas trabalhamos na empresa Moore.

Saio de perto de minha mãe para que ela não ouça a conversa.

— Ah Cami, minha mãe piora a cada minuto...estou tão triste, sei que vou perde-la e não posso fazer nada! — falo já chorando.

— Ah meu amor, gostaria tanto de estar aí para lhe dar um abraço...mas você sabe como é o senhor Moore e aquele cão de guarda do Augusto...está super estressado hoje.

— Novidade né, ele é estressado todos os dias...tudo bem amiga, eu entendo...só não sei o que farei sem minha mãezinha. — digo chorando. 

— Amiga tenha fé, não fale assim.

— É difícil  não falar assim...o doutor já desenganou minha mãe.

— Sam, me perdoe por não poder ficar conversando com você, mas o mala do Augusto está me chamando em sua sala. 

— Está bem amiga, vá lá. 

— A noite passo aí no hospital...da um beijo em sua mãe e outro para você!

— Obrigada Cami, outro beijo para você!

Guardo o celular no bolso da calça e volto para perto de minha mãe, que agora está dormindo.

Me lembro de Romeo e pego o celular para ver se tem alguma mensagem dele...mas para minha decepção, não tem. Namoramos a dois anos e estamos noivos a um ano. Ele sempre soube sobre meu sonho de ser mãe, mas toda vez que toco  no assunto, ele desconversa e diz que não quer ter filhos. Antes eu tinha certeza que poderia convence-lo a mudar de ideia...mas agora não tenho mais essa certeza!

De uns tempos para cá, ele tem se mostrado muito distante...não está tão envolvido em nosso relacionamento como antes...sinto que está frio comigo. Hoje mesmo ele ainda não me ligou, não enviou mensagem para perguntar sobre minha mãe e nem para saber como estou.

As horas passam e a noite chega, Cami entra no quarto e me abraça.

— Olá minha querida amiga!

— Oi Cami, obrigada por vir!

Minha mãe está dormindo por conta dos remédios...

— Claro que eu viria dar um abraço bem apertado em minha amiga...Como ela está?

— Vamos até a lanchonete, ela vai demorar a acordar.

Na lanchonete pedimos um café.

— Ela teve alguma melhora?

— Infelizmente não amiga...os médicos estão medicando para que ela não sinta dor, 

mas não tem o que fazer...

— Ah Sam, eu sinto muito!

— Obrigada Cami...você acredita que o Romeo nem se quer enviou uma mensagem?

— Acredito e acho que ele deveria estar aqui lhe dando apoio...

— Sabe Cami, as vezes sinto que ele quer terminar, mas não sabe como.

— Ele sabe que estou 24 horas no hospital com minha mãe  e eu nem sei onde ele está...não tenho notícias dele a três dias.

— Amiga esse cara não te merece.  ela diz em tom irritado.

— O pior é que gosto dele e gostaria de construir uma família com ele...mas

 acho que não é o que ele quer.-falo com lágrimas nos olhos. 

Cami me abraça.

— Vem cá meu amor...eu estou aqui com você e nunca te deixarei sozinha!

— Obrigada amiga...significa muito para mim.

— Sam eu sinto muito ter que falar dessas coisas nesse momento, mas aquele pé no saco do Augusto está me perguntando por você e disse que se você não levar um atestado, irá te demitir...

— Aquele cara é insuportável! — digo irritada.

Faz uma semana que estou com minha mãe no hospital, tenho medo dela falecer e eu não estar presente. Augusto é sobrinho do senhor Moore, tipo cão de guarda dele...faz o que ele manda. Na verdade ele é um puxa saco que cuida da vida dos funcionários, isso sim!

E eu não sei o que esse cara tem contra   mim, porque vive  pegando no meu pé. 

— Ele é um insensível, isso sim...parece que não tem coração!  diz Cami nervosa.

— Vou pedir o atestado ao doutor, daí você leva para mim amiga?

— Claro que sim, Sam!




Tamanho fonte: