
Sigilosamente, CEO.
Titulo do capítulo: (SC) - SEGUNDO CAPÍTULO
Autor: Sandra Lymah
Chego em casa, pensando em me arrumar para esperar meu marido. Ninguém na empresa sabe que sou casada, muito menos quem é o homem misterioso com quem tenho um contrato de casamento. Meus planos de me arrumar, do jeito que ele gosta de me ver, para esperá-lo chegar, são frustrados pela figura alta e musculosa sentada no sofá da sala, tomando um whisky.
— Ben! — chamo sorrindo. — Pensei que tivesse dito que ainda estava vindo para casa. — me aproximo e me ajoelho entre suas pernas, esperando pelo carinho que ele costuma fazer em meu rosto.
— Surpresa? — Ben também sorri, acariciando meu rosto.
— Claro que sim! Pensei que teria que ficar te esperando por horas. Pensei que ficaria mais tempo com aquela socialite… eu vi o jornal. — involuntariamente, meu sorriso some quando menciono o fato.
— Minha querida esposa está se apaixonando por mim? — ele pergunta, franzindo as sobrancelhas.
— Nosso contrato me proíbe de me apaixonar, marido. — um sorriso sarcástico toma conta do meu rosto.
— Também proíbe que tenhamos um filho, mas você me negaria se eu te pedisse? — o sorriso dele também se torna sarcástico.
— O quê? — o olho atônita. — Você quer ter um filho? Comigo?
— Preciso de um herdeiro, você sabe disso. E por que não com a minha esposa? Você me negaria, Monica? — ele aproxima nossos rostos, parecendo me desafiar.
— Você sabe que tenho o meu trabalho e…
— Por que ainda trabalha? — Ben me interrompe. — Minha fortuna não é suficiente para você?
— O contrato menciona que você pode pedir o divórcio quando bem-quiser e que eu não herdaria nada nesse caso. Meu trabalho é apenas para me garantir um bom futuro, caso aconteça. Além disso, tenho certeza de que você tiraria meu filho de mim, caso eu o tenha e…
— Então eu seria o insensível que as manchetes dizem? — ele me interrompe mais uma vez. — Não convive comigo o suficiente para saber quem eu realmente sou?
— Você não se abre realmente para mim, não é, Ben? O que eu realmente conheço de você?
— Que pago todo o tratamento da sua mãe, por exemplo? Que não meço esforços para levá-la aos melhores cirurgiões cardíacos do mundo.
— Mas exigiu que eu me casasse com você para fazer todas essas coisas.
— Devo ter tido um bom motivo, não acha? — sua boca se curva num meio sorriso, cheio de malícia. — Ou não teria colocado a cláusula do sexo. Já pensou nisso?
— Não precisei. Você me mediu de cima a baixo dizendo que eu era gostosa… nas roupas certas…
Ele joga a cabeça para trás, rindo com vontade.
— Pelo menos eu não menti! — me olha novamente, ainda risonho. — Agora vá se arrumar, temos um jantar com minha irmã e meu cunhado, na casa deles. — me levanto rapidamente, e levo um tapa em minha bunda. — Olha como você fica gostosa nesse macacãozinho!
Dou um gritinho, de susto, quando levo o tapa, mas subo as escadas correndo para o quarto principal da mansão. Tomo um banho rápido e coloco um vestido preto elegante, mas também provocante. É um vestido justo, que deixa o colo todo à mostra, assim como toda a minha perna esquerda, através da abertura que começa em meu tornozelo, onde fica a barra, e sobe até quinze centímetros abaixo do meu quadril. É assim que Ben gosta que eu me vista, linda e provocante. Faço uma maquiagem básica e passo o perfume que ele mais gosta.
— Você foi rápida! — vindo dele, isso é um elogio.
— Obrigada, querido.
— Querido? — ele levanta uma sobrancelha em minha direção.
— Estou treinando para te tratar bem na frente deles. Segundo o contrato, não é assim que devo me comportar?
— Pare de mencionar o contrato, ou acabará falando dele na frente de quem não deve.
— Desculpe. — abaixo um pouco a cabeça, e mordo o lábio inferior, me sentindo envergonhada por ser repreendida.
— Está tudo bem. — ele fala suavemente, levantando meu rosto, apoiando o indicador em meu queixo. — Apenas não se esqueça, está bem? — assinto. — Se continuar fazendo isso, não vamos a outro lugar que não seja a cama. — os olhos dele brilham de desejo, e sinto que os meus também, quando Ben insinua o sexo. — Vamos antes que eu mude de ideia.
Ele me guia para fora, apoiando a mão em minha cintura. O motorista já está nos esperando e abre a porta traseira do carro quando nos aproximamos. O silêncio durante o caminho me faz lembrar dos meus dois anos de casamento, e eu suspiro.
— No que está pensando? — Ben pergunta, me trazendo de volta à realidade.
— Em você. — respondo casualmente.
— Não acredito em você! — ele rebate, seco.
— O que aconteceria, se suas amantes descobrissem que você é casado comigo? — questiono olhando em seus olhos. — O que aconteceria comigo, é o que quero saber. Era nisso o que eu estava pensando, Ben. O que elas fariam comigo? E se você decidisse se divorciar de mim? Eu ainda estaria correndo algum risco?
— Por que você acha que eu deixaria alguma coisa acontecer com você? Por que acha que eu deixaria seu nome aparecer? Se tem tanto medo assim, de que algo possa te acontecer, tenha um filho comigo. Eu sempre protegerei a mãe do meu filho.
Olho no fundo dos seus olhos, tentando detectar um sinal de que ele está tentando me atrair para uma armadilha. Algo que me faça quebrar o contrato e ele me jogue na rua, sem direitos, como diz a regulamentação do documento. Algo que me mostre que se cansou de mim.
— Ben, eu…
— Chegamos! — ele me interrompe. — Eu não quero uma resposta imediata. Quero que pense bem antes de me dar uma resposta.
— Pode me dizer, ao menos, o motivo disso agora?
— Em qual sentido o "agora"? Te responder nesse momento ou o motivo de eu ter começado a falar sobre isso… "agora"?
— Ben! Monica! Vocês chegaram! — Viola, irmã de Ben, abre a porta do carro, deixando a resposta entalada em minha garganta.