Sombras do meu passado

Titulo do capítulo: Seu cheiro.

Autor: kharlla Santos

Minutos depois, Camy chegou à mesa com o pedido dele, e Átila olhou para ela com desejo, como de costume, e pediu o mesmo que o Apollo pediu. 

Após terminarem o lanche, Athena se aproximou: 

— Boa noite, senhores. Estou aqui para saber se vocês querem mais algo ou a conta, e também perguntar sobre o atendimento da nossa funcionária. — perguntou Athena. 

— Foi você, não foi, a que o Átila atropelou pela manhã? Foi você sim. — indagou Apollo. 

— Sim, senhor, fui eu. Mas, como o senhor percebeu, eu precisava ir para o curso. Não posso perder minha pontuação excelente. E voltando ao assunto que eu perguntei, querem mais algo? — perguntou ela indiferente. 

— Não, não queremos mais nada. A conta, por favor. Além disso, junto com a conta, aqui tem uma gorjeta para ela. Quero dizer que o atendimento foi bem atencioso, e também adorei a decoração, muito original. — falou Apollo maravilhado. 

— Obrigada, senhor. No início, muitas pessoas estranharam, porque é uma decoração diferente. Mas, dois anos depois, todos amam vir para cá por causa dessa decoração. Então, já que vocês gostaram, apareçam novamente. Ah, e outra coisa, obrigada pela carona mais cedo. — agradeceu ela. 

— Voltarei sim, pode ter certeza de que eu voltarei. A carona não tem problema, foi o mínimo que poderíamos fazer depois desse tonto aí te atropelar! — brincou Apollo. 

— Ei, Apolo, não fala assim. Mas, senhorita, você pode dizer o seu nome e o da atendente que nos atendeu? É muito estranho a gente conversar com uma pessoa sem saber o nome! — pediu Átila. 

— Eu sou Atena e a atendente de vocês é a Camily, mas todos aqui chamam ela de Camy. — respondeu Athena. 

Após se despedirem da Athena, saíram de lá. No caminho para casa, Apollo não parava de pensar nela. Ela lhe lembrava alguém, mas ele não sabia exatamente quem. 

Chegando em casa, tudo estava silencioso, com as únicas vozes sendo dos funcionários. Apollo morava sozinho com eles, depois que seus pais resolveram fazer uma segunda lua de mel. Ele comprou a casa para viver sozinho, mas às vezes seus pais o visitavam. No entanto, ele preferia que eles fossem embora logo, pois não gostava de ouvir que precisava arranjar uma mulher para dividir sua vida. Para Apollo, a forma como as coisas estavam, estava bom. Mesmo assim, ele admitia que se seus pais ficassem mais tempo, talvez fosse bom também. Ele era indeciso quando se tratava de seus pais. Subiu para o quarto, tirou o terno e foi para o banheiro tomar um banho rápido. Depois, deitou-se na cama e, em alguns minutos, conseguiu pegar no sono, mas novamente sonhou com aquele dia. Sonhou com ela e seu cheiro de canela. Desejava um dia encontrá-la e pedir perdão pela merda que havia feito naquele dia. Embora acreditasse ser difícil encontrá-la novamente, preferia manter a esperança de que um dia a acharia e poderia se desculpar. Talvez assim conseguisse dormir uma noite inteira sem ter pesadelos com os gritos dela. 

No dia seguinte, Apollo acorda disposto e olha para o relógio; são sete da manhã, nunca havia dormido até essa hora. Levanta-se e vai até o banheiro para fazer sua higiene. Procura um terno escuro como sempre, desce e entra em seu carro. Quando se dá conta, está em frente à "Empire", que está quase vazia. Ao entrar, avista apenas a morena Camy e outro rapaz. Senta-se no mesmo lugar de ontem e o rapaz vem atendê-lo, mas ele prefere ser atendido pela Camy: 

— Bom dia, senhor. O que irá pedir? — falou o atendente. 

— Quero ser atendido pela Camy, por favor. — pediu Apollo. 

 

O rapaz se retira, e segundos depois, Camy se aproxima: 

— O que deseja? — cumprimentou Camy. 

Apollo pede um cappuccino com um misto quente. Antes de ela sair, ele toma coragem para perguntar o motivo de estar ali: 

Camy! — cumprimentou Apollo. 

— Sim, senhor! — respondeu Camy. 

— Só Apollo, Camy, por favor. — pediu Apollo 

— Certo, sim, Apollo, o que deseja? — perguntou Camy. 

— Onde está a loirinha do caixa, a... a... — perguntou Apollo meio inseguro 

— Athena, Apollo, esse é o nome dela. — Exclamou Camy. — Ela está no curso, ela só chega mais tarde e, por isso, acaba fechando a lanchonete. — explicou ela. 

— Hum... entendi, obrigado, Camy. — Indagou Apollo. 

Após a saída de Camy, Apollo começou a comer. Minutos depois, Átila entrou na Empire com uma expressão aborrecida, deixando claro que sua noite não havia sido boa. 

Átila sentou-se e pediu um café preto sem açúcar: 

— Que cara é essa, Átila? A noite não foi boa? — perguntou Apollo rindo. 

— Você lembra da Any, aquela minha ficante? Disse que está grávida, mas eu sempre usei camisinha. — respondeu Átila. 

— E ela disse que era dele? — perguntou Apollo. 

— Sim, aquela iludida, querendo me dar um golpe. — Esbravejou Átila. 

— Então você era o ficante dela, mas ela não era a sua ficante. — falou Apollo. 

— Desgraçado, e você ri, né! — reclamou Átila. 

— Mas a sua cara de corno está engraçada demais. — Exclamou Apollo rindo. 

— Por que você veio para cá de novo? — perguntou Átila curioso. 

— Eu queria vê-la! — falou Apollo. 

— Oi? — indagou Átila. 

— A Athena, aquela bela loira enfezada. — Confessou Apollo. 

— Acho que está apaixonado! — falou Átila, que agora era ele que ria. 

Está doido, não estou. Sabe de uma coisa, vamos trabalhar. — Ordenou Apollo. 

Apollo pagou a conta e, ao tentar abrir a porta, ela foi empurrada, batendo em cheio no seu nariz, causando uma dor insuportável. Seu terno ficou manchado de sangue instantaneamente, e ele percebeu novamente aquele cheiro de canela. Athena correu até ele desesperada, preocupada por tê-lo machucado: 

— Ai, meu Deus, senhor, me desculpe, sou estabanada. Será que quebrei seu nariz? — falou Athena assustada. 

— Calma, Athena, tudo vai ficar bem. — falou Apollo a tranquilizando-o 

— Ai, meu Deus, amiga, você quebrou o nariz dele. — falou Camy. 

, para, Camy, não estava legal. Vim correndo porque pensei que alguém estava me seguindo. — explicou Athena pelo susto. 

— Sempre né, Athena. — falou Camy, se arrependendo em seguida. 

— Cala a boca, Camy. — Ordenou Athena. — Esbravejou Athena.  

— Vamos, Apollo, precisamos te levar ao hospital. Já falei com seu médico, ele pediu para colocar gelo no local e manter o nariz para cima. — falou Átila. 

— Como você vai dirigir e por gelo no nariz? Aff, que merda, oh inferno. — Reclamou Apollo irritado. 

— Aqui, amiga, o gelo. — falou Camy, entregando uma bolsa de gelo. 

— Vem, Apolo, eu vou com vocês e seguro o gelo. Camy avisa seu José que aconteceu. — pediu Athena. 

— Pode deixar, amiga, por enquanto dou conta, tem pouca gente. — respondeu Camy. 

Apollo levantou-se, dirigiu-se à frente e ergueu a cabeça, enquanto Átila foi buscar o carro nas proximidades. Athena era pequena, ficava nas pontas dos pés para segurar o gelo em no nariz dele. Apollo percebeu que ela tremia, então segurou sua mão, que estava gelada: 

— Se for te prejudicar, eu mesmo faço isso. — falou ele. 

— Não, tudo bem, é que... deixa pra lá, eu vou com você. — respondeu ela. 

Átila chegou com o carro, eles entraram e ela sentou-se bem próxima. Apollo sentiu o aroma dela, agradável, assim como sua dedicação e atenção. 

Alguns minutos depois, chegaram ao hospital. Seus seguranças tentaram impedir que ela entrasse, e ele notou que ela perdeu a cor quando seguraram seu braço: 

— Não me toque... — pediu Athena em pânico. 

Lágrimas escorreram de seus belos olhos azuis, o que o deixou incomodado, sem entender o motivo: 

— Solte ela, ela está comigo, não toque nela. — Ordenou Apollo. 

— Não me toque... — pediu Athena já chorando. 

— Calma, Athena, olha pra mim, olha, está tudo bem, você está em um hospital. — falou Apollo com calma. 

Athena olhou para ele, piscou algumas vezes e o abraçou. Apollo ficou surpreso, sentindo um choque ao tê-la em seus braços. O momento foi interrompido por um médico. Ele a levou para a sala de espera e instruiu que ninguém se aproximasse dela. 

"Por que, eu o abracei? Por que eu o abracei?" 

Era o que Athena pensava. Estava surtando ali, desde aquela noite, ninguém conseguira tocá-la. Entrara em pânico com o segurança dele, mas com ele, não sentira nada, só uma sensação de paz. Sentira-se protegida naquele abraço. 

Depois de um tempo, ela o avistou saindo com curativos no nariz, que por sorte não estava quebrado: 

— Desculpa, Apollo, eu te machuquei demais. Estou péssima com isso. — Confessou Athena. 

— Calma, Athena, está tudo bem. Vem, vou te levar para casa. — falou ele. 

— Não preciso voltar para o trabalho. — explicou Athena 

— Então, te levo. — pediu Apollo. 

Já passava da hora do almoço quando ele a deixou na lanchonete. Decidiu entrar, pediu para usar o banheiro, e ela o acompanhou até lá. Ele entrou, usou o sanitário, lavou as mãos e, ao sair, viu algo que fez seu sangue ferver, embora nem soubesse o motivo: 

— Larga ela. — gritou Apollo. 

Athena parecia travada e começou a chorar enquanto um homem segurava seu braço. Ele a puxou para si e a abraçou com força, sentindo-a relaxar. O homem pediu desculpas por tê-la segurado e, depois que ela recuperou a força, ela deu um tapa forte no rosto dele: 

— Você sabe, Diego, ninguém me toca nunca, e mesmo sabendo disso, você me puxou pelo braço forte. — Reclamou ela. 

— Desculpe, Athena, mas algo que não entendo é que, há três anos, qualquer homem que te toca, você entra em transe e treme. Mas ele te tocou, te abraçou e você relaxou. Por quê? — perguntou Diego. 

— Não sei, só sei que se você fizer isso de novo, esqueça que sou sua amiga. — Ordenou Athena. 

— Mas, Athena... — falou Diego. 

— Nada de 'mas'. E Apollo, obrigada pela preocupação e desculpe pelo nariz. — falou Athena. 

— Você ficará bem? — perguntou Apollo. 

— Sim, só fui pega de surpresa. — respondeu Athena, tranquilizando-o. 

— Então, estou indo. Depois apareço. Preciso cuidar desse nariz. — respondeu Apollo. 

Athena o observou partindo, sentindo-se confusa. Como ele consegue acalmá-la quando todos os outros a deixam com um medo mortal? 

O resto do dia transcorreu sem grandes surpresas. No fim do expediente, fechou a lanchonete e, ao sair, viu algo que a surpreendeu. 

Apollo estava parado do outro lado da rua, esperando-a: 

— Você sai bem tarde, né! — perguntou ele. 

— Sim, muito, mas seu José sempre me dá carona. — respondeu ela. 

— Posso te levar para casa, mas antes, te levar para comer algo! — pediu Apollo. 

— Se fosse outra pessoa, eu negaria, mas não sei por que, confio e me sinto segura com você! — confessou Athena, entrando no carro do Apollo... 

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