Ela Em Minha Vida - A Filha do Meu Melhor Amigo

Titulo do capítulo: Capítulo Dois

Autor: Sandra Lymah

Henrique Larama

Mesmo sabendo que um dia terei que colocar em prática as palavras de tio Luiz, vou guardar seu conselho para quando eu realmente precisar. E eu sei que esse dia vai chegar, eu só não quero que seja tão cedo!

Não gosto dessa coisa de ter que bater nos outros, e tenho Raphael para me proteger, quando eu preciso. Sei também que isso não será para sempre, mas se ele gosta de ser protetor, que assim seja! Ele é grandão! A maioria tem medo dele, só de olhar e saber que ele já bateu em vários moleques idiotas. Alguns bem maiores que ele! Mas ele deixou todos no chão!

Se eu tivesse uma irmã, gostaria que ele fosse meu cunhado, quando a gente crescer! E se eu tivesse que ter um irmão, gostaria que fosse ele! Quem sabe um dia, a gente dá um jeito de sermos parentes, familiares… sei lá! Algo assim.

Ser da turma do Rapha, tem muitas vantagens! Enquanto muitos meninos só conseguem seu primeiro beijo depois dos quatorze ou quinze anos, eu tive meu primeiro beijo, pouco antes de fazer treze! Duas irmãs, gêmeas um ano e meio mais velhas do que nós, se interessaram por mim e Raphael. Bianca e Beatrice, começaram a se aproximar de nós um dia, durante o intervalo. Três dias depois de começarem a se aproximar…

 — Tenho um bilhete para cada um de vocês! — Vince se vira e cochicha para nós, dentro da sala, pouco depois de começar a primeira aula do dia. — As gêmeas que me pediram para entregar.

 — Elas te pediram pessoalmente? — Raphael pergunta sério, enquanto eu já estava sorrindo de orelha a orelha, mesmo sem ler o bilhete.

 — Sim, Rapha! — Vince também sorri. — Elas mesmas me entregaram e falaram comigo!

 — Certo! Pegue os bilhetes e me passe o meu, Henrique. — ele fala, sentado na carteira atrás de mim. — Nós vamos beijar hoje! — ele diz com um sorriso, depois de ler o seu bilhete.

Os bilhetes são quase iguais. Bianca está marcando comigo, atrás das salas de aula, e Beatrice com Raphael. Em cada bilhete, uma pede para levarmos o outro, para ficar com a irmã, na hora do intervalo. Desde que recebemos os bilhetes, cada minuto parece ser uma hora! Cada segundo se arrasta, e o relógio parece não mover seus ponteiros.

 — Fica frio, Henrique! — Raphael me fala na segunda aula. — Faz de conta que não é nada de mais.

 — Estou tentando, Rapha! — respiro fundo. — Estou até tentando fingir que é mais uma briga, para ver se ansiedade me abandona!

 — Tudo bem! — ele suspira. — Vou te dar uma dica. Tenta me imitar, está bem? Presta atenção nos meus movimentos, e tenta fazer igual.

 — E… — abaixo um pouco mais a voz. — como é o beijo em si? — Raphael já beijou uma vez, então ele sabe do que está falando.

 — Primeiro você dá um beijo simples nos lábios dela, como se fosse um beijo no rosto, para ficar mais à vontade, e deixar ela mais à vontade. — ele me explica. — Depois, se ela abrir os lábios, você acaricia a língua dela com a sua.

 — Então, se ela abrir os lábios, eu meto a língua dentro da boca da Bianca? — franzo as sobrancelhas.

 — Não é para meter a língua dentro da boca da menina! É com jeito! Com carinho! Depois segue o ritmo dela. Deixa que ela estabeleça o ritmo. É uma questão de cortesia. Além de não denunciar que é a primeira vez que você beija. Entendeu?

 — Entendi. Não ser muito afoito! Assim ela nem vai saber que é meu primeiro beijo.

 — Exatamente!

Finalmente chega a hora do intervalo! Nós dois vamos para o lado oposto do pátio, e encontramos as gêmeas. Elas estão perto da parede de uma das salas, conversando. Olho para Raphael, e começo a imitá-lo. Ele anda devagar, fingindo que está só passando por ali. Ele realmente parece estar confortável, andando como quem não quer nada, então eu ando ao seu lado, fingindo estar calmo, mas sinto como se meu coração estivesse para saltar de minha boca!

Ele se aproxima de Beatrice, passa um braço pela cintura dela, fazendo com que ela chegue mais perto dele. Ela sorri, enquanto ele fixa o olhar em sua boca. Isso tudo, ele faz um pouco mais rápido, e sei que é para que eu não pareça um idiota olhando para ele, e o restante, ele já havia me falado como era para fazer.

Eu me aproximo de Bianca, passo os braços ao redor de sua cintura, a trazendo para mais perto de mim, fixo o olhar em sua boca, que ela une à minha. Nem deu tempo de dar um beijinho em seus lábios! Eu já fui sentindo sua língua acariciando a minha, então eu retribuí.

Ficamos nesse namorinho por mais ou menos um ano. E eu juro que pensei que minha primeira transa, seria com a Bianca mas, apesar de sempre sentir suas mãos passeando pelo meu peito e pelas minhas pernas, assim como ela se esfregando levemente em mim, ela sempre diz que tem vontade de se guardar até o casamento. Então eu respeito isso. Como diz o Raphael, uma questão de cortesia e respeito com a minha namorada!

Na metade do ano letivo seguinte, as gêmeas tiveram que se mudar para o norte da Itália. E lá se foi a minha primeira namorada. Sim, sempre namoramos escondido, afinal, que pais vão deixar seus filhos namorarem tão jovens?

De qualquer forma, depois que as nossas namoradas se foram, algumas meninas começaram a conversar mais com a gente. Por outro lado, muitos meninos ficaram ainda mais ressentidos, e queriam nos bater ainda mais e, essa parte, eu sempre deixo para o Rapha resolver.

Há três meses, completamos quatorze anos, e sempre temos uma festa de aniversário conjunta. Ou na fazenda dos meus pais, ou na fazenda dos pais do Rapha. É sempre muito legal! Os colegas de trabalho dos nossos pais, trazem seus filhos, e alguns colegas nossos, da escola e de outras atividades que fazemos, também costumam vir, nessas ocasiões. Muitos não vêm, porque os pais sabem com o que nossos pais trabalham, que vamos herdar os postos deles, e são bastante preconceituosos quanto a isso. Bem… a maioria das pessoas são assim.

Estamos em dezembro, e hoje é nosso baile de formatura. Como forma de provar sua confiança nos filhos, ou de nos fazer sermos mais responsáveis, os pais nos deixam na porta da escola, e apenas os formandos participam. Na verdade, estamos na quadra coberta, onde tem música e vamos dançar, enquanto os pais se reúnem no pátio, onde temos nos intervalos de aulas. De uma forma ou de outra, estamos fazendo comemorações juntas e separadas ao mesmo tempo. Nós podemos fazer um brinde, com meia taça de champagne, enquanto nossos pais estão num espaço, onde podem beber o que quiserem.

Me deixe voltar alguns meses. Em outubro, um mês depois do meu aniversário, uma menina da minha idade, Sabrina, me perguntou se eu ainda era virgem, quando eu estava saindo do banheiro, voltando para a sala de aulas, e eu respondi que sim. Ela sorriu e se afastou. Hoje, no baile, ela não tira os olhos de mim. As amigas se aproximam dela, elas falam alguma coisa entre elas, Sabrina ri, mas ainda não tira os olhos de mim.

Eu ia falar com o Rapha sobre isso, mas ele sumiu há quase meia hora. E agora, a Sabrina está vindo em minha direção. Ainda estou com a taça de champagne na mão, mas isso é bom, porque estou nervoso, achando que hoje pode ser minha primeira vez. Já ouvi dizer que Sabrina já transou, então… estou torcendo.

 — Você ainda é virgem, Henrique? — ela pergunta, sussurrando em meu ouvido.

 — Sim, querida! — sorrio, enquanto sussurro a resposta em seu ouvido. — Estava me guardando para você.

 — Então vem comigo, gatinho!

Ela me leva para fora pela mão, até o campo de futebol da escola, e entramos embaixo das arquibancadas. Sabrina me ensina a excitá-la, e faz várias coisas que me excitam, enquanto tiramos as roupas um do outro.

 — Por que você está com esse sorriso idiota na cara? — Raphael pergunta, quando volto para dentro do baile.

 — Está vendo a menina de vestido azul? — pergunto baixinho. Não vou ficar expondo a garota que acabou de ser minha primeira transa. Apenas Raphael poderia ouvir minha história.

 — É bonita. Mas o que tem ela? — ele também fala baixo. — Você vai namorar ela?

 — Talvez… mas ela acabou de me levar para debaixo das arquibancadas. — levanto e abaixo as sobrancelhas rapidamente para ele.

 — Não! — ele sorri largamente.

 — Sim, cara! E ela me ensinou muita coisa! — empino o nariz, pois sei que Raphael ainda é virgem. Então me lembro que ele havia sumido antes de eu sair com ela. — Mas onde você estava, que não a viu se aproximar de mim.

 — Eu estava estudando.

 — Estudando? No dia do baile de formatura?

 — Sim. Uma pessoa disse que eu deveria, então eu fui.

Raphael ficou ali, todo enigmático. E por mais que eu perguntasse, ele não me respondeu mais nada.

Quando voltamos para a escola, no ano seguinte, para o segundo grau, na verdade, o ano letivo já havia começado, e decidimos fazer o baile de formatura do primeiro grau, no recesso de Natal. Bem, o fato é que Sabrina não voltou esse ano. Algumas de suas amigas, me disseram que os pais dela optaram por ensino em casa, e que proibiram visitas, de quem quer que seja, quando eu perguntei a elas.

Outro fato interessante: Raphael some durante os intervalos, às vezes. Está com uma postura um pouco mais séria, mas nunca diz onde estava.

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