
O imaginário mundo de Sammy
Titulo do capítulo: Capítulo 01: Uma nova vida
Autor: Moisés Guimarães
Aqui estou eu novamente. Em minhas costas, estou com minha mochila, que está realmente recheada de livros e todas aquelas coisas chatas de escola.
Agora estou andando em direção ao meu colégio, que fica a alguns minutos a minha casa. Na caminhada até meu colégio, eu decidi passar na casa de Alexia, minha melhor amiga; nós nos conhecemos quando éramos crianças e foi em uma excursão do colégio para um museu — Eu já falei isso no prólogo, né?
Foi a pior viagem da minha vida, sem sombra de dúvidas, tirando o fato de eu conhecer a doce e, às vezes, esquentada Alexia Rodrigues. Neste exato momento eu estou bem na frente da janela dela, que está com a luz acesa e o som ligado. A música que está tocando é a famosa Vale Tudo, do incrível gordinho Tim Maia. Sem perceber, eu comecei a dançar como se não houvesse amanhã, porém, minha diversão logo acabou quando Alexia apareceu sorridente na sua janela.
— Olha só o que temos aqui! Até que com essa dança você ganharia um troféu.
— Disse Alexia, que começou a gargalhar sobre o assunto.
— Se existisse um troféu para a pior dançarina do mundo eu seria a vencedora, com toda a certeza — Eu respondi caindo direto no riso. Logo após esse momento, Sammy chamou Alexia, que no mesmo instante terminou de se arrumar e desceu as escadas para encontrar sua amiga que a esperava no quintal.
Minutos depois, eu e Alexia caminhávamos tranquilamente pela calçada da rua em direção à escola. Entretanto, sem percebermos, uma estranha figura com capuz na cabeça começou a nos seguir. Eu rapidamente notei que alguém estava atrás de nós. No momento certo eu me virei, ficando de cara com meu perseguidor. Eu, com toda a coragem do mundo, puxei o capuz, o que revelou ser Tony Oliveira, outro amigo de infância — eu sei que é chato, mas eu tinha esquecido desse detalhe. Depois desse mal-entendido, Alexia ficou bem feliz ao ver Tony, já que fazia uns meses que ele não dava sinal de vida. Estava nas férias de verão... era muito raro vê-lo junto de nós, inclusive, era raro vê-lo normalmente.
— E aí, choronas, tudo bem? — Pergunta Tony que sorria sarcasticamente. Ele estava usando uma camisa preta curta, no ombro ele segurava uma alça da mochila, suas calças rasgadas deixavam ele muito estiloso. Elas combinam com as olheiras e a cara de cansado dele, com as quais eu não consigo viver sem.
— Achei que ficaria na sombra evitando o Sol, como um vampiro a procura de sua presa. — Alexia ria muito enquanto Tony me encarava com um sorriso bastante engraçado e desajeitado. Eu corri até ele e o abracei até ele ficar vermelho. Nós continuamos nosso caminho até o colégio, que por sinal já estava bem perto, tipo, faltava uma rua apenas. Enquanto caminhávamos pela rua que estava meio deserta, nos três começamos a conversar uns com os outros. Nessa conversa nós queríamos saber como foi o mês de cada um.
— E aí, Tony, como foram suas férias de verão? — Perguntou gentilmente Alexia que estava no meu lado olhando para frente. Por incrível que pareça pelo tempo que somos amigas, eu percebi que ela estava bastante nervosa e tímida. Ao ver isso, segurei na mão dela na tentativa de deixá-la mais calma e à vontade.
— Eu diria que foi um saco total. Meus pais alugaram uma casa de praia em Cabo Verde. A intenção era deixar a gente mais ligado à natureza, mas, na verdade, isso foi uma péssima ideia — Tony falou enquanto olhava para Alexia sem disfarçar nem um pouco. Eu apenas observava o clima que estava rolando entre os dois. Bom, como posso explicar... era tipo o clima que rolou entre aquele vampiro que brilha no Sol e aquela humana que faz sempre besteira o livro inteiro. O nome eu penso que é A Saga Crepúsculo. E outra: será que ninguém quer saber porque raios aqueles vampiros são tipo cristais quando morrem? Então, nesse caso, o pessoal do livro, em vez de matar os vampiros, pelo menos podiam vendê-los, já que eles se transformam e cristal quanto morrem. Aí com certeza a galera pegaria uma grana legal se eles fizessem isso.
Continuando, logo após isso, chegamos no colégio, e lá estava Carlos nos esperando com uma cara de poucos amigos. Como eu já havia explicado, metade dos amigos que tenho eu conheço desde que eu era apenas uma semente num grande jardim. O Carlos eu o conheci em uma época na qual meus tios estavam se divorciando, eles eram tudo que eu mais amava. Até porque meus pais costumavam viajar muito na tentativa de encontrar novos artefatos históricos, ou ossos antigos. Para mim, Carlos apareceu no momento certo — e no momento em que eu mais precisava.
— Olha só, já se atrasaram no primeiro dia? — Falou Carlos olhando seu relógio debaixo da manga de sua camisa, e depois olhou para mim.
— Desculpa tá? Olha só, atrasamos um minuto, ok? — Eu respondi enquanto caminhamos até a sala. Quando entrei na sala, vi um grupo de garotas vestidas com roupas pretas e sem caras de "boas amigas".
Os meus amigos se sentaram ao meu lado, e todos os novos alunos começaram a se apresentar, inclusive o grupo de garotas que se denominaram as Sad Cats. Elas, na verdade, são de uma banda de "rock" que não era nem um pouco famosa , pelo menos eu, nunca ouvi falar. Para falar a verdade, eu nunca ouvi falar delas em nenhuma rede social ou emissora de TV.
Fora elas, parece que Jack, o figurão da escola, não apareceu no primeiro dia de aula. Nossa, que chato, eu queria vê-lo. Durante a aula, percebi que aquelas estranhas góticas me observavam como um bando de urubus em torno de uma presa. Eu não fiz nada quanto a isso —e nem tinha o que fazer. Sem eu perceber, a aula acabou rapidamente, e nesse instante quando o sinal do intervalo tocou, eu saí correndo como um rinoceronte corre dos caçadores. O Carlos quase enfartou, porém, sorriu logo em seguida.
O pessoal me chamou para comer na lanchonete perto dali, eu disse que iria, mas antes eu passaria no banheiro para retocar o batom. Enquanto fazia isso, umas das garotas do estranho grupo de alunas novas entrou no banheiro falando algumas coisas malucas.
— Você é perfeita para o ritual, o seu dia está chegando. — A estranha garota falava como se aquilo fosse real. No momento eu não me assustei, entretanto, quando ela saiu do banheiro eu senti um forte cheiro de enxofre e sangue, fiquei com isso na minha cabeça, pensando: "Quem são elas?"
Está aí um mistério que quero resolver, nesse momento estou indo na lanchonete me encontrar com o pessoal. Mas de alguma forma aquilo não saia da minha mente, será que elas não são humanas? Infelizmente, no momento eu não sei, porém, ficarei de olho como o Batman faz, serei silenciosa como a noite.
Eu sou a Sammy e você vai me ajudar com esse mistério.
Preciso manter segredo de meus amigos por enquanto.
Esse é meu mundo imaginário, seja bem-vindo a ele.